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terça-feira, 26 de setembro de 2023

TEOLOGIA DO COACHING: UMA HERESIA QUE DEVEMOS COMBATER


Resolvi escrever sobre o assunto, pois ao ler a primeira parte do livro "Você é o Ponto Fraco de Deus e outras mentiras da teologia do coaching", relançado pela Editora Mundo Cristão em setembro/2023, pelos autores que influenciam demais a minha caminhada (principalmente o Yago Martins e o Pedro Pamplona), me senti fortemente impactado. Não por não ter ideia do que é a teologia do coaching, já a conheço e também os seus principais disseminadores, mas por perceber o quanto é urgente que falemos sobre a nocividade dessa "teologia". Aqui, me concentrarei na parte escrita pelo Pastor Pedro Pamplona, que fala sobre a abordagem e seus principais erros e mentiras, definindo-a inclusive como a nova teologia da prosperidade.
Ele começa falando sobre algumas "tretas" que são necessárias, citando a carta de Judas, onde o autor desejava escrever aos irmãos, destinatários da carta, acerca da salvação e se sentiu obrigado mudar o conteúdo e exortá-los sobre uma heresia que havia se espalhado no meio deles, chamando-os a "lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos"(Jd 1:3). Ele continua afirmando que "Nossa doutrina é imutável e pertence a uma tradição baseada em Jesus e no ensino dos apóstolos. O que for diferente disso precisará ser combatido." Em nossos dias existe uma falácia, dentre muitas outras na mesma perspectiva, de que "o mais importante é pregar o evangelho e ganhar almas" com o argumento de que não devemos refutar os falsos ensinos. Ora, conforme o autor prossegue, Judas não caiu nessa falácia, pelo contrário, julgou necessário combater a heresia que se instaurava no meio da igreja: "Uma pessoa que ouve e acolhe outro evangelho, não enxergará a necessidade de ouvir e acolher o verdadeiro evangelho. Combater o falso evangelho também faz parte da missão de evangelização. Um pequeno livro foi colocado por Deus no cânon bíblico para nos ensinar isso." Ele prossegue discorrendo sobre o assunto, citando a repreensão do apóstolo Paulo aos Gálatas, sobre o falso ensino que cristãos judaizantes estavam disseminando na igreja, exigindo a adição da observância de certos pontos da lei mosaica para a salvação em Cristo. Inclusive, Paulo repreendeu até o Apóstolo Pedro (!) que também estava influenciando os outros a seguirem os ensinos dos falsos mestres, dizendo que "a atitude dele não condizia com a verdade do evangelho (Gl 2:14)". Paulo ainda é mais duro quando diz: "Mas ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu pregue a vocês um evangelho diferente daquele que temos pregado, que seja anátema (maldição). (Gl 1:8)". Pedro Pamplona cita também as "tretas" que Jesus se envolveu contra os escribas e mestres da lei, registradas nos capítulos 21, 22 e 23 do evangelho de Mateus, como a expulsão dos comerciantes do templo e discussões com os escribas e fariseus, que terminam nos famosos "Ais", mostrando que Cristo foi duro como precisava ser com aqueles que insistiam em doutrinas de homens: "Vocês fecham o Reino dos Céus diante das pessoas; pois vocês mesmos não entram, nem deixam entrar os que estão entrando!" (Mt 23:13), os chama de "tolos e cegos!", "sepulcros caiados!" e "serpentes, raça de víboras!". 
Mas afinal, o que é a teologia do coaching? São coaches motivacionais que utilizam suas técnicas para "pregar" o "evangelho", colocando a vontade e sentimento do homem no centro de suas pregações e Deus como um "deus carente de nossa atenção e amor". Frases de efeito como: "Você é o ponto fraco de Deus", "Nós somos o centro de Jesus", "Deus tem o lápis, mas você tem a borracha das decisões" e "Quando eu olho para Deus, eu sou tão justo que não me sinto inferior a Deus" resumem o ensino desses homens, que são seguidos hoje por milhões de pessoas. Pedro Pamplona define a TC muito bem: "É a abordagem que trata o homem, seus desejos materiais e/ou carências emocionais, como o foco da pregação e do ministério pastoral ao oferecer, por meio de textos bíblicos mal utilizados, uma narrativa divina que centraliza o homem ao dizer que ele é capaz em poder e importante em valor." E qual a semelhança com a teologia da prosperidade? Ele explica: "Deus tem promessas ou planos de prosperidade para o homem, que, por sua vez, precisa agir corretamente para acessar ou liberar essas bênçãos prometidas ou planejadas por Deus. Em ambos os ensinos, a pobreza é tratada como algo que Deus não planejou para nós. Na teologia da prosperidade, o que destrava as bênçãos de Deus são as declarações de fé e o dízimo; na TC, são as ferramentas do coaching e as decisões corretas.[...] Na teologia da prosperidade, as promessas são de riqueza e saúde; na TC, são de prosperidade financeira, saúde emocional e vida equilibrada. Na teologia da prosperidade, o fiel precisa de fé; na TC, de produtividade." Ambas tem a mesma essência (filhas de um mesmo pai, como trata no decorrer do livro) e abordagens semelhantes.
Por fim, qual o motivo então da TC arrastar tantos seguidores? Ele responde que é devido ao nosso tempo, que compõe a "sociedade do desempenho" que produz cada vez mais depressivos e fracassados: "Sim, pessoas estão quebradas. Há cacos por todos os lados e não é fácil juntá-los. O coaching tem aparecido como uma solução milagrosa para o problema que ele mesmo contribui para criar. Somos incentivados por uma positividade de desempenho que diz que somos importantes e merecedores e que podemos conquistar e realizar sonhos, quando a vida, constantemente, nos prova o contrário. [...] alguns pregadores e igrejas perceberam, corretamente, que almas estão doentes pela idolatria do sucesso, do desempenho e da positividade, mas em vez de oferecerem o bom e tradicional evangelho bíblico eles estão alterando a mensagem divina para um outro evangelho, que é emocional e antropocêntrico. [...] A TC substitui o remédio que arde pelo placebo que ilude. Não produz convertidos, produz dependentes. E, assim, ela se espalha." A TC é considerada uma heresia porque corrompe a três doutrinas centrais da teologia cristã: A doutrina de Deus, a doutrina do homem/pecado e a doutrina da salvação. "Ela erra em sua construção sobre quem Deus é, em sua visão sobre o homem e o pecado e em sua incompreensão de como a salvação se manifesta na vida daqueles que foram chamados por Deus." 
O livro tem muito mais contribuições importantes e não vou mais me estender. Espero que com o pouco que foi exposto aqui, você possa entender o porquê que devemos combater a teologia do coaching e se fizer parte desse meio, que possa se arrepender urgente e fincar suas raízes na sã doutrina, a saber, a doutrina entregue pelos apóstolos e pelo próprio Senhor Jesus, registrada nas escrituras sagradas. Não devemos fechar os olhos para as heresias e deixá-las se multiplicarem na igreja, antes como termina a carta de Judas: "Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo. Mantenham-se no amor de Deus, enquanto esperam que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna. Tenham compaixão daqueles que duvidam; a outros, salvem-nos, arrebatando-os do fogo; a outros ainda, mostrem misericórdia com temor, odiando até a roupa contaminada pela carne." (Jd 1:20-23), pois como disse Pamplona no livro: "O discurso de que não podemos julgar ou criticar pastores e pregadores pode até estar disfarçado de amor, mas, na realidade, não passa de indiferença para com aqueles que estão caminhando para o abismo com os olhos vendados. Quando a heresia surge, somos chamados a passar a vassoura, não o pano."

Caso queira adquirir o livro e aprender mais sobre a teologia do coaching, segue o link abaixo para compra (Garanto que não vai se arrepender):

Que Deus nos abençoe e nos sustente Nele.


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