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segunda-feira, 8 de julho de 2024

+1(-1)

 

Hoje completo mais um ano de vida. E sempre que faço aniversário, reflito no grande paradoxo: Comemoramos por mais um ano de vida, mas, ao mesmo tempo, menos um ano. Celebramos cada sonho conquistado, cada momento feliz, agradecemos pelas pessoas que entraram em nossas vidas e de alguma forma contribuíram para o nosso crescimento... Enfim, somos gratos por tudo de bom que vivemos. 

Por outro lado, olhamos para os anos que se passaram e percebemos que cada vez mais estamos envelhecendo, que vivemos tempos em que não voltarão mais, que perdemos a disposição para algumas coisas que antes gostávamos de fazer... Olhamos para trás e nos arrependemos de muitos erros que cometemos. Geralmente dizemos a seguinte frase; "Se eu tivesse a mente que tenho hoje, teria agido diferente em algumas situações". Porém, sabemos que faríamos tudo do mesmo jeito, ou até pior, pois hoje só temos esse entendimento, justamente por termos errado da forma que erramos. Os erros fazem parte do nosso crescimento.

 Com o passar do tempo, tem uma convicção que cada vez mais cresce em nosso coração: Nada nesse mundo é pra sempre. Tudo um dia irá acabar. Dizem que até certo tempo na vida, ganhamos muitas coisas e chega um momento em que paramos de ganhar e começamos simplesmente a perder. Pessoas que amamos se vão, sonhos que realizamos se esvaem, coisas que conquistamos com muito suor, começam a desaparecer. Se vivermos sem ter essa convicção em nossa mente, quando algo começar a ir embora da nossa vida, nós vamos juntos com ele e nosso mundo também vai. Nossa alegria em viver também vai junto com nossas perdas e jamais recomeçamos, sabendo que a vida é cheia de ciclos e que por eles acabarem, precisamos estar sempre prontos a recomeçar.

Quando percebemos o paradoxo da vida, podemos representá-lo em uma equação: X = +1(-1). E qual o resultado dela? 0 (zero). O zero significava "vácuo" ou "vazio" e ao longo da história foi criado numericamente para representar um algarismo nulo, ou simplesmente o "nada". Levando em conta a equação, onde o X (Vida) é igual a zero (nada), temos a conclusão de que a vida é um nada, um vácuo, um vazio. Mas se a vida é um nada, por que vivê-la então? Qual o sentido da vida?

De fato, se vivermos essa vida pensando apenas nesse plano, nada faz sentido, pois tudo vai passar. A maior certeza que temos é de que um dia vamos morrer e com a morte tudo o que fizemos ou conquistamos também acabará, sobrando apenas memórias por parte daqueles que estiveram conosco e nos amavam. Ao pensar nessas coisas, o natural é que nosso coração fique aflito e desesperado. Porém, no decorrer de minha caminhada, conheci um grande amigo, que me apresentou o sentido da vida:
"Não deixem que seu coração fique aflito. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar lugar para vocês e, quando tudo estiver pronto, virei buscá-los, para que estejam sempre comigo, onde eu estiver. Vocês conhecem o caminho para onde vou." "Não sabemos para onde o Senhor vai", disse Tomé. "Como podemos conhecer o caminho?" Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode vir ao Pai senão por mim." (João 14:1-6).

Jesus disse aos seus discípulos que era o caminho, a verdade e a vida. Os disse para não ficarem aflitos, que era necessário Ele morrer, ressuscitar e ascender aos céus, porque dessa forma venceria a morte, fazendo propiciação pelos nossos pecados, abrindo o caminho para que nos reconciliássemos com o Pai, nos preparando morada, para que todos os que crêssemos Nele, a verdade, tivéssemos a vida para sempre. Ele também falou: 

"Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Se tentar se apegar à sua vida, a perderá. Mas, se abrir mão de sua vida por minha causa e por causa das boas-novas, a salvará. Que vantagem há em ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida? E o que daria o homem em troca de sua vida?" (Marcos 8:34-37).
Ou seja, a vida só faz sentido se a ótica dela estiver firmada no Evangelho de Jesus Cristo. Se tentarmos viver essa vida à parte Dele, a perderemos, pois viemos do pó e um dia ao pó voltaremos. Não importa o que façamos, o que conquistemos, a vida será como o zero, de nada valerá. Mas se vivermos sem colocar a nossa esperança nas coisas do mundo presente e a direcionarmos para Cristo, viveremos essa vida satisfeitos, seja em momentos bons ou ruins, perdas ou ganhos, sabendo que assim como na matemática, o número zero é considerado como uma das maiores invenções da humanidade, pois a partir do 0 se abriu espaço para a criação de todas as operações matemáticas que são conhecidas atualmente, assim também é a vida com Cristo, que em meio ao nada, se torna o tudo, pois Ele estará conosco suprindo todas as nossas necessidades (Salmo 23) e nos trará a esperança da vida além daqui, nos mostrando que mesmo que tudo um dia se acabe, haverá algo que permanecerá conosco: A Sua presença e o Seu amor para todo o sempre!

Que nesse dia, ao comemorar o meu aniversário, o Senhor permaneça me sustentando em seus caminhos, pois como diz o salmista: s a fonte da vida, a luz pela qual vemos." (Salmos 36:9)  e que eu ouça o conselho de Salomão: "Acima de todas as coisas, guarde o seu coração, pois ele dirige o rumo de sua vida." (Provérbios 4:23).

segunda-feira, 1 de abril de 2024

A IMPORTÂNCIA DA DEVOCIONAL

 


Para muitos que se declaram cristãos, a vida devocional inexiste. Levados pela intensa maratona de atividades diárias, muitos simplesmente não param um tempinho sequer para refletir nos ensinos do Senhor e suas aplicações. Dizemos que não temos tempo, que andamos bastante corridos, mas sabemos em nosso íntimo que isso não é verdade, que tudo é uma questão de prioridade. E nessa imersão na vida secular, passamos a conviver grande parte do nosso tempo com ímpios e quando menos esperamos, estamos cada vez mais parecidos com eles... Pare pra pensar um pouco, ao estar junto aos seus colegas de trabalho, ou de faculdade, ou amigos não cristãos, quais são as conversas e que os rodeiam? Talvez uma análise detalhada sobre o último jogo do seu time, ou sobre a sua série favorita, ou talvez sobre os últimos acontecimentos do seu reality show favorito, etc. Vivemos todos os dias enchendo nossas mentes de coisas supérfluas e que nada de bom agregam à nossa vida. Repetimos isso diariamente e enquanto isso, nos afastamos cada vez mais de Deus. Quando foi a última vez que você pegou em sua bíblia? Você pode até dizer que hoje em dia ninguém pega mais na bíblia física, que a grande maioria acessa suas bíblias digitais, através de seus apps, pela praticidade, mas eu te pergunto: Comparando todas as atividades dos apps em seu smartphone, tablet ou computador, qual deles são usados diariamente e quais ocupam o maior tempo do seu dia? Aposto que para muitos, o da bíblia estará lá embaixo e outros estarão com tempos absurdos de uso. Se lêssemos a bíblia como dedicamos nosso tempo às redes sociais, por exemplo, nossa vida seria diferente. Então você me pergunta: O que seria diferente? O Salmo 1 nos ajuda a responder:

Feliz é aquele que não segue o conselho dos perversos, não se detém no caminho dos pecadores, nem se junta à roda dos zombadores. Pelo contrário, tem prazer na lei do Senhor e nela medita dia e noite.” Salmos 1:1-2 (NVT)

Primeiro, complementando o que já foi introduzido, quando não dedicamos tempo a refletir nos ensinamentos do Senhor e devido ao tempo que precisamos dedicar à vida secular, acabamos, ao invés de dar frutos, nos corrompendo junto aos ímpios. E isso ocorre em três graus diferentes:

1- Seguindo o conselho dos perversos. Esse é o primeiro contato, que é quando ouvimos os conselhos, as conversas daqueles que estão fora de sintonia com Deus;

2- Detendo-nos no caminho dos pecadores. Que é quando ao escutarmos e interagirmos com eles, cultivamos uma comunhão contínua com essas pessoas pecaminosas em atitudes e atos;

3- Juntando-nos à roda dos zombadores. Esse é o terceiro e pior grau, que passado os dois primeiros, é quando a pessoa se sente à vontade no meio daqueles que zombam de Deus, não querendo e nem percebendo o quão corrompido se tornou.

Esse estado em que nos colocamos, nos afeta não só espiritualmente, mas também na forma em que vemos as coisas da vida e no modo em como nos relacionamos com elas. Por não refletirmos constantemente na palavra de Deus e em seus ensinamentos e não criarmos o hábito de orar regularmente, com súplicas e ações de graças, nossa ótica fica turva e não sabemos lidar com as situações que nos advém e nem mesmo agir de forma adequada em nosso relacionamento com o próximo. Adquirimos transtornos dos mais variados tipos, preocupações exacerbadas e visamos sempre aquilo que só vai nos beneficiar em detrimento do outro. Sem perceber, somos influenciados e praticamente vivemos do mesmo modo que os zombadores na qual dizemos ser "diferentes". O Apóstolo Paulo diz o seguinte aos Coríntios:

"Não se deixem enganar pelos que dizem essas coisas, pois 'as más companhias corrompem o bom caráter'. Pensem bem sobre o que é certo e parem de pecar. Pois, para sua vergonha, eu lhes digo que alguns de vocês não têm o menor conhecimento de Deus." 1 Coríntios 15:33-34 (NVT)

Uma heresia estava se instaurando na igreja de Corinto. Alguns afirmavam que não havia ressurreição dos mortos. Então Paulo começa a argumentar que se não há ressurreição, comamos e bebamos porque amanhã morreremos, pois é inútil a fé em um Cristo que não ressuscitou e dessa forma, não expiou os nossos pecados. Nesse contexto, ele os adverte a não se deixar enganar pelos que diziam isso, citando que as más companhias (ou más conversações) corrompem o bom caráter (ou os bons costumes). Ou seja, se nos juntarmos e dermos ouvidos aos ímpios, seremos influenciados por eles,  seremos corrompidos e isso acontece somente por um motivo, conforme segue no texto: Por não termos o menor conhecimento de Deus. Por não o buscarmos, por não dedicarmos tempo para comunhão com Ele, por não lermos a sua palavra. Aos Efésios, Paulo fala o seguinte: 

"As histórias obscenas, as conversas tolas e as piadas vulgares não são para vocês. Em vez disso, sejam agradecidos a Deus." Efésios 5:4 (NVT)

Logo, em nossas interações e relacionamentos, o "conselho dos perversos" não deve permanecer entre nós. Antes, que sejamos gratos a Deus. Mas como? Através da vida devocional com Ele, que deve ser convertida em boas obras de ação de graças, para a Glória de Deus.

Voltando ao Salmo 1, por outro lado, o texto nos diz que quem rejeita tudo isso é feliz. Temos a tendência de achar que ser feliz é um estado de alegria, mas ser feliz vai muito além de momentos alegres. Ser feliz significa ser satisfeito, independente de em qual circunstância estiver. Então, feliz é aquele que não consente com os ideais e práticas dos ímpios, antes tem prazer e medita na lei do Senhor dia e noite. Percebe o contraste? Meditar nos ensinos do Senhor nos torna felizes e recalibra a nossa ótica da vida. Colocamos as lentes da eternidade e passamos a enxergar a vida como uma dádiva, sabendo que o nosso Deus controla todas as coisas e que amá-lo significa também renunciar aos desígnios e práticas pecaminosas, porque queremos honrá-lo e agradecê-lo por tudo, nos colocando debaixo de Sua boa vontade para nossas vidas. O salmista continua:  

"Ele é como a árvore plantada à margem do rio, que dá seu fruto no tempo certo. Suas folhas nunca murcham, e ele prospera em tudo que faz." Salmos 1:3 (NVT)

O justo, aquele que tem prazer em meditar na lei do Senhor, é comparado a uma árvore plantada à margem de um rio. A figura aqui, provavelmente se refere à tamareira do deserto (Jeremias 17:5-8) plantada em um oásis bem irrigado. Perceba que não é uma árvore selvagem, natural, mas plantada. Quando buscamos ao Senhor, somos como essa árvore, que em meio ao deserto, é firme, frutífera e suas folhas nunca murcham. Somos plantados e irrigados a ponto de darmos frutos, mesmo em meio a um mundo caótico. Resistimos às provações (as folhas não murcham e nem caem), pois somos dependentes da provisão do Criador e não baixamos a cabeça e nem nos deixamos abalar pois confiamos Nele e entregamos o nosso caminho a Ele. Como consequência disso, prosperamos (e aqui não significa prosperidade financeira) em tudo o que fazemos, ou seja, sempre seremos úteis para o Senhor e todo o sustento, provisão e bênção concedidos, são feitos por meio das quais Ele possa nos fazer prosperar.

Então você pode me questionar: "Ah, isso é muito bonitinho, mas os ímpios mesmo assim, virando as costas ao Senhor, vivem muito melhor do que os justos. Prosperam financeiramente e o mal muitas vezes não os alcança."

Convido você a ler o restante do salmo:

"O mesmo não acontece com os perversos! São como palha levada pelo vento. Serão condenados quando vier o juízo; os pecadores não terão lugar entre os justos. Pois o Senhor guarda o caminho dos justos, mas o caminho dos perversos leva à destruição." Salmos 1:4-6 (NVT)

Os perversos são como palha levada pelo vento. O fim deles será terrível! Não há nada que façam que possa perdurar para a eternidade a não ser as suas próprias condenações. Enquanto desprezam a lei do Senhor e buscam se dar bem nesse mundo (E muitos alcançam esse feito), os justos buscam tesouros que ninguém jamais pode tirar, onde traças e ferrugem não destroem e ladrões não arrombam e nem furtam (Mateus 6:19). E nesse caminho, o Senhor os guarda, trazendo para eles o presente mais valioso que alguém os podia dar: Vida eterna ao lado Dele em Sua glória, onde "Ele lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor." (Apocalipse 21:4)

Percebe a importância da vida devocional? O quanto meditar e ter prazer na lei do Senhor é bom? Nos torna felizes, independente de qualquer circunstância, nos dá forças para suportar as intempéries da vida e nos conduz para a vida eterna, onde o Senhor guarda os nossos caminhos e nos faz prosperar, dando frutos dignos de arrependimento.

Te faço um desafio. Nessa vida corrida, cheia de atividades, que você comece separando 1% do seu dia (15 minutos) para meditar na palavra do Senhor, orar e agradecer por tudo o que o Ele fez. Verás a diferença. E não somente isso, mas que sempre havia tempo para dedicar a Deus, mas você priorizava outras coisas...

Que o nosso Deus tenha misericórdia de nossas vidas e nos abençoe! 

quarta-feira, 20 de março de 2024

O MARIDO É SUPERIOR À ESPOSA? UMA REFLEXÃO À LUZ DE EFÉSIOS 5

 


Em nosso tempo, a instituição do casamento tem sido bastante criticada. Cada vez mais cresce o número de divorciados e a nova geração tem aprendido a ver o casamento de forma negativa, pois existe a questão da renúncia da própria vida e dos próprios interesses, para ambos viverem a vida um do outro. Com o modelo tradicional, onde o homem geralmente é o líder e provedor, algumas questões tem sido levantadas: A mulher tem que se submeter ao marido? O marido é superior à esposa? Porque a esposa tem que se submeter e o marido não? Essas e outras questões são muitas vezes mal interpretadas e geram bastante desconforto entre homens e mulheres. Uma correta compreensão de Efésios 5, nos mostra que esse pensamento de superioridade do marido em relação à esposa está equivocado. Vamos às escrituras.

No início do capítulo, o Apóstolo Paulo discorre sobre seguir o exemplo de vida de Jesus, exortando-nos a viver uma vida de amor e renúncia, onde devemos extirpar de nosso meio comportamentos pecaminosos que outrora praticávamos, pois antes vivíamos na escuridão e hoje vivemos na luz do evangelho e que, portanto, devemos andar na luz, procurando viver segundo a vontade de Deus (1-14).

Ele continua nos mostrando de que forma podemos andar na luz e em como podemos compreender a vontade do Senhor em nossas vidas: Vivendo pelo poder do espírito. Nos dá o exemplo da embriaguez, nos dizendo para não entregarmos o controle de nossos atos ao consumo exagerado do vinho, que nos deixa fora da consciência e entregues ao pecado, mas sim deixar que o Espírito controle a nossa vida. Como? Cantando salmos, hinos, cânticos espirituais entre nós e sendo gratos a Deus por tudo. Ou seja, substituindo práticas mundanas por espirituais (15-20).

Então, de forma prática, como vivermos pelo poder do espírito e sermos cheios Dele em nossas vidas? Sujeitando-nos uns aos outros por temor a Cristo (21). Aqui encontramos o princípio de onde devemos partir para vivermos uma vida de devoção e santidade. Em Filipenses 2:3-4, encontramos um complemento desse conceito: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.” Logo, todos devemos ser submissos uns aos outros, pois assim estaremos vivendo sob a vontade de Deus pelo poder do Espírito.

Tendo exposto toda a teologia, Paulo começa a exortar a camada social da época (maridos, esposas, pais, filhos, escravos e senhores) em, nos ofícios estabelecidos, como serem cheios do espírito, onde se estende até o capítulo 6, mas me deterei nesse caso apenas ao 5:22-33, sobre maridos e esposas. Ele inicia falando que as esposas devem ser submissas aos maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da esposa como Cristo é o cabeça da igreja e assim como a igreja se sujeita a Cristo, a esposa deve se sujeitar em tudo ao seu marido (22-24). E aí é que começa a polêmica... É aí onde se interpreta que o homem é superior à mulher e, portanto, a mulher deve se colocar em seu lugar como inferior. Porém, para compreendermos o que Paulo quis dizer, precisamos olhar para todo o contexto. O que ocorre aqui é que muitos não compreendem as funções e papéis estipulados ao marido e à esposa, que não significam superioridade e sim complementarismo.

O primeiro ponto que gostaria de mais uma vez repetir e frisar, é o que foi construído ao longo do capítulo, sobre andar na luz e ser cheio do espírito. No texto, é preparado um terreno onde nos ensina que devemos abandonar os caminhos pecaminosos que andávamos e viver conforme Cristo andou, através do domínio do Espírito sobre nossos atos e conforme a vontade de Deus em nossa vida. Fazemos isso quando buscamos ao Senhor com práticas espirituais e vivemos entre os irmãos nos sujeitando uns aos outros, parando de pensar somente em nós mesmos e pensando em nosso próximo, assim como Cristo, que “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:6-7).

O segundo ponto é que precisamos primeiramente entender o papel e responsabilidade do marido. O que significa o marido ser o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja? Vejamos os versos a seguir: “Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela, a fim de torná-la santa, purificando-a ao lavá-la com água por meio da palavra” (25-26). Percebe aqui a responsabilidade que foi imposta aos maridos? Eles devem amar as suas esposas como Cristo amou a igreja. Isso é ser o cabeça da esposa: Amá-la a ponto de dar a sua vida por ela. E tem mais. Conforme segue nos versos 27 ao 30: “Assim o fez para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua esposa, como amam o próprio corpo, pois o homem que ama sua esposa na verdade ama a si mesmo. Ninguém odeia o próprio corpo, mas o alimenta e cuida dele, como Cristo cuida da igreja. E nós somos membros de seu corpo.” Ou seja, é dever do marido amar a esposa como ama a si mesmo e cuidar dela, não somente fisicamente, mas espiritualmente, para que ela permaneça nos caminhos do Senhor. Ele completa o argumento no próximo verso, citando as escrituras: “Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só (Gênesis 2:24)”.

Portanto, precisamos entender os papéis e responsabilidades que foram instituídos por Deus para cada um. O marido, deve amar, cuidar e se sacrificar pela esposa. Fazer por ela tudo que faria para si mesmo. É dessa forma que o marido se sujeita à esposa, ele é responsável por ela perante Deus. A esposa, deve ser submissa ao marido, como à Cristo. Ou seja, estar com ele, ajudá-lo e respeitá-lo, sabendo que ambos são somente uma só carne e estão sob a mesma missão, porém com papéis e funções diferentes e que se complementam, não os tornam superiores ou inferiores. Agora, vale ressaltar que essa submissão, é diferente de abusos que têm sido vistos por aí. Nenhuma esposa deve se submeter a um marido que a trata como inferior, ou que a faça de escrava, ou até mesmo que a abuse psicologicamente ou fisicamente. O padrão de marido na qual a esposa deve se submeter é o apresentado no texto, aquele que cuida e dá a sua vida por ela e o padrão de esposa que o marido deve se sujeitar é o da mulher que o respeita, compreende os papéis e está junto com ele na mesma missão.

Por fim, o casamento foi instituído por Deus para que o marido e a esposa, ao se tornarem um, possam viver na prática, o evangelho. No casamento tem que haver amor, renúncia a si mesmo e perdão. Como também, os papéis e responsabilidades dados por Deus ao marido e a esposa são uma grande ilustração do nosso relacionamento com Cristo, conforme o verso 32: “Esse é um grande mistério, mas ilustra a união entre Cristo e a igreja.” 

Maridos e esposas, que vivamos conforme o Senhor através da sua palavra nos instruiu. Assim como o corpo de Cristo tem diferentes membros e funções, mas é apenas um, assim também sejamos uma só carne, vivamos um em prol do outro e saibamos o nosso papel, unidos em um mesmo propósito, sob a mesma missão. Dessa forma, demonstraremos que estamos vivendo pelo poder do Espírito, para a glória de Deus.